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70 dias de Alemanha

Estou há tempos sem passar por aqui, mas de vez em quando é bom vir tirar o pó que se acumula, limpar os fenos e ver se a casa está em ordem. E, dessa vez, trago boas novas! Não, não voltarei a viver a Vida Portuguesa, no entanto, vou participar de um programa alemão para jornalistas e viver cerca de 70 dias em Berlin. Para isso, criei um novo blog (e espero que quem gosta de me ler, dê uma passadinha por lá!). De qualquer forma, nos primeiros três dias de viagem, vou dar uma passadinha em Portugal. E, é óbvio, vou para o Porto rever minha terrinha do coração.

O endereço do blog 70 dias de Alemanha é: www.70diasdealemanha.wordpress.com

Espero encontrá-los por lá 🙂

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A crise da Europa no jornal brasuca – parte V

Confesso que demorei a postar sobre a Grécia. Falha minha. Mas como não sou fã de promessas que não garanto 100% que irei cumprir, não vou dizer que essa será a última vez que isso acontece. No entanto, pretendo me esforçar.

Posto hoje, finalmente, a primeira matéria da série de reportagens sobre a crise europeia. A Grécia foi a primeira a ser abordada, até porque, foi quando a crise chegou ao país da Acrópole que o assunto correu o mundo. Até porque, se não estou enganada, a Irlanda já estava com problemas bem antes da Grécia. No entanto, foi no-país-do-idioma-esquisito que a coisa pegou fogo, virou manchete de jornal e repercute até hoje. A Grécia acabou por fim sendo o símbolo da crise na Europa.

A capa do caderno do jornal que publicou as reportagens da série "Europa sob mau tempo". A primeira data de domingo, 5 de fevereiro.

EUROPA SOB MAU TEMPO:

CALOTE NA ACRÓPOLE

As reportagens sobre a crise na Europa foram feitas por jornalistas que vivem nos países em situação mais dramática. Neste domingo, o retrato do cotidiano na Grécia, primeira nação a mostrar que a turbulência iniciada em 2008 nos Estados Unidos iria sacudir a zona do euro

Morar no país mais endividado e enfraquecido da União Europeia não é fácil. É preciso mudar hábitos, adaptar-se e ser otimista para sobreviver. As rigorosas medidas de austeridade impostas pelo governo da Grécia, como aumento de impostos, cortes de salários e demissão de milhares de funcionários públicos, obrigaram os gregos a mudar de estilo de vida.

Se o país de Platão e Aristóteles era conhecido como a região da Europa com as noites mais divertidas, na qual carros de luxo, viagens e estilo de vida caríssimo faziam parte do cotidiano, a situação atual é bem diferente. Porsches Cayenne, que eram mais vendidos na cidade grega de Larissa do que em Londres, estão sendo trocados por automóveis populares. Lojas de marca fecham as portas. Viagens internacionais são trocadas por nacionais, e a diversão em bares, restaurantes e boates migrou às casas de amigos.

A Grécia de 2012 é muito diferente daquela da Olimpíada de 2004, quando os gregos gozavam de salários altos e taxas de desemprego baixas. Hoje, mendigos estão em cada esquina de Atenas. Assaltos são mais frequentes e hábitos simples como tomar café não são mais diários. O Instituto Grego de Estatística explica: com a crise econômica, centenas de negócios fecharam as portas, e o desemprego subiu para 18,2% em outubro.

“O impacto do desemprego é desesperador. Em um ano, aumentou 40% o número de passageiros que não pagam a passagem no metrô. A maioria é de pessoas entre 27 e 35 anos. Fico numa posição difícil, porque tenho de multá-los mesmo sabendo que a maioria é de desempregados e por isso não paga a passagem”, diz Giorgos Xenthanopolous, fiscal do metrô de Atenas.

Giorgos vê como única solução a instalação de barras eletrônicas no lugar das máquinas automáticas. Para a taxista Anastasia Karsanidou, o controle deverá ajudar a conter o calote nas catracas, mas vai prejudicar muita gente.

“Antigamente, táxi ou carro era o meio de transporte mais usado. Com a crise, transporte público é a única opção, alguns nem pagam a passagem por falta de dinheiro mesmo”, diz.

Anastasia também está preocupada com o futuro dos dois filhos e a profissão da família: “Haverá emprego? Voltaremos para o dracma (moeda grega antes do euro)? Meu marido é músico. Estamos em duas profissões de que os gregos se afastaram drasticamente: táxi e diversão.”

Leonidas Vasilopous é um dos universitários gregos que trocaram a diversão por encontros em casa de amigos. “Adoramos ir à taverna, bouzukia (clube grego), mas a crise não permite. Não há dinheiro nem para pagar as contas. Então, nos reunimos em casa. A maioria dos meus amigos está desempregada”, diz Leonidas enquanto entregava jornais, dizendo se considerar sortudo por ter um emprego.

Professores e advogados são os mais afetados

Entre dezenas de profissões, a crise também atingiu drasticamente professores e advogados. Com redução de salários em torno de 300 euros mensais (cerca de R$ 810), professores foram obrigados a se adaptar.

“Tive que mudar para um apartamento menor e cortar teatro e cinema para diminuir as contas mensais. Sempre comprei muitos livros, hoje não é possível”, conta o professor Vasileios Davas.

Davas diz que a crise faz as pessoas se sentirem mais ansiosas e depressivas. Para a advogada Paschalia Petridou, a Grécia passou a ser um país sem futuro.

“Com as novas medidas, não é mais necessário ter advogado para uma série de serviços, como o divórcio. Com isso, nosso trabalho diminuiu drasticamente. Porém, os impostos que pagamos como autônomos aumentaram. Além disso, empresas, como a que trabalho, atrasam meses o pagamento e, se não fosse a ajuda familiar, seria difícil manter o necessário. A situação é tão caótica que no supermercado estamos comprando somente o básico”, desabafa a advogada.

Paschalia ressalta que é difícil viver num país onde, se perder o emprego, não será possível procurar outro, porque não há vagas: “O jeito é ir embora para o exterior.”

Imigrantes também estão retornando aos seus países de origem. “Antes da crise, uma família grega me chamava duas vezes por semana para fazer faxina. Agora, os que não cortaram totalmente me chamam uma vez por mês. A maioria é de aposentados com problemas de saúde”, afirma a búlgara Violeta Cristouma, que mora na Grécia desde 1997.

Segundo Violeta, a maioria dos colegas da Bulgária, Albânia e Rússia perdeu o emprego e voltou para seus países de origem.

Nas principais cidades, lojas fecham as portas

Além de ter levado milhares de gregos a transferir as economias para bancos do exterior, a instabilidade na Grécia trouxe a dúvida sobre se é mais seguro manter o dinheiro em bancos do país ou deixá-lo em casa. “Prefiro guardar o pouco que tenho comigo. Tudo pode acontecer. Me lembra a época de guerra”, comenta a aposentada Ioanna, que prefere não revelar o sobrenome.

A crise não poupou a classe mais favorecida. Segundo Dimitris Liaos, dono de uma loja de equitação, no único hipódromo da Grécia havia, em 2010, 1,5 mil cavalos. Hoje, são 550. “Quem comprou cavalos por hobby não tem mais condição de mantê-los. Ou vendem ou dão de graça. A classe média tinha entrado para o hipismo, mas com a crise não conseguiu se manter”, relata Liaos.

Além disso, segundo o empresário, a Grécia perdeu a credibilidade no Exterior: “fazíamos importação com prazo para pagamento de dois meses, agora temos de pagar à vista. O pequeno e o médio empresário não têm como sobreviver sem crédito”, reclama.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio Grego (Esee) mostrou que, nos últimos dois anos, 68 mil lojas foram fechadas nas principais cidades da Grécia. Espera-se que até o próximo mês mais 53 mil encerrem as atividades. Numa das principais ruas comerciais de Atenas, Stadiou, 32% das lojas cerraram as portas. Em Solonos, foram 40%. No bairro mais caro da capital grega, Kolonaki, das 300 lojas, 71 encerraram atividades no ano passado.

Crédito: Cláudia Machado (Jornalista e cientista política, Cláudia Machado, 33 anos, trabalha na área de jornalismo e redação para empresas de marketing em Atenas, na Grécia. Nascida em Petrópolis (RJ), mora no exterior há uma década.)

Grécia: sinônimo de crise e calote no mundo contemporâneo

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Surfistas de sofá

Sou membro do Couchsurfing há pelo menos 5 anos. Só tive boas experiências com o projeto. Tenho dezenas de histórias para contar e também já ouvi um bocado sobre as experiências de amigos e conhecidos.

A primeira vez que usei o site mesmo a sério foi em 2007. Eu planejava uma viagem ao Rio de Janeiro no verão de 2008 e decidi fazer alguns amigos cariocas antes do embarque. Conheci o Flávio, a Bianca e a Ane. Mantenho contato com eles até hoje via Facebook.

Algum tempo depois, encontrei-me em Porto Alegre com dois peruanos que estavam a viajar pela América Latina há seis meses. Eles estavam percorrendo o Brasil pegando carona com caminhoneiros na estrada. Mal tinham dinheiro para comer – muito embora tivessem o suficiente para gastar com bebida a se emborrachar. Levei-os a um bar da minha cidade, um dos mais baratos que eu conhecia na época. Ouvi boas histórias naquela noite, e guardei para mim um conselho: “Visite Bogotá, mas não vá a Lima.” Talvez um dia eu faça isso 🙂

Mas é claro que foi na Europa que eu tive as maiores experiências. Aqui no Brasil (e isso se aplica a toda América Latina, África e parte da Ásia), as pessoas são mais desconfiadas com esse tipo de coisa. Como vou colocar uma pessoa que nem conheço dentro da minha casa? E se me roubar, sequestrar, matar enquanto durmo? Enfim, os terceiro-mundistas temem mais quanto a segurança, e eu me incluo nisso. Acho mais fácil surfar no sofá alheio se estiver no hemisfério Norte.

Decidi começar a receber pessoas depois de quatro meses morando em Portugal. Encontrei com alguns CS’s antes disso, apenas para um meet for coffee or drink. No entanto, eu não estava apta a receber qualquer um que quisesse usar minha casa como dormitório. O interessante do Couchsurfing é a troca. Realmente conhecer alguém que possa fazer alguma diferença na sua vida – nem que isso se resuma a apenas alguns dias saindo da rotina.

Em meio às mensagens da minha inbox, simpatizei com uma polaca, oriunda de uma cidade a qual eu não sabia pronunciar o nome corretamente, mas hoje me orgulho de ter aprendido: Wroclaw (não se lê “vrôclau”, mas sim “vrôtzlav”!). Asia tinha fotos engraçadas no perfil. Chegou ao Porto no início do verão de 2009, acompanhada do namorado e do filho dele, uma criança de cinco anos (sim, eu recebi uma criança de cinco anos em casa e não a matei!)

Pediram inicialmente para ficar três dias, que viraram cinco e se transformaram em 1 semana. Depois, seguiram para o sul de Portugal, retornando novamente para a minha casa após algumas semanas.

Tive alguns outros hóspedes naquelas primeiras semanas do verão, até que, em julho de 2009, fui eu que comecei a surfar no sofá alheio.

Com algumas dificuldades, arrumei um couch em Barcelona (a Asia me ajudou recomendando algumas pessoas que tinham respondido a ela na época em que viajou pra lá). Fui a primeira hóspede de Catriel, um argentino que morava há algum tempinho na Catalunha. Ele trabalhava como ator e vivia num apartamento daqueles bem antigos, pertinho do centro de Barcelona. Tinha uma companheira de casa que era do país basco e se referia a mim como “chica guapa”. Não lembro o nome dela. Só sei que é uma das mulheres mais bonitas que conheci na vida, apesar de ter a cabeça raspada (se bem que dizem por aí que essa é a melhor maneira de saber quem é verdadeiramente belo: tirar-lhe os cabelos!).

Como o apartamento tinha três dormitórios, fiquei com um quarto só para mim. Não posso dizer que foram as melhores acomodações do mundo, mas tinha uma cama com lençóis limpos e uma sacada que não conseguia acessar porque a porta estava emperrada, além de milhares de sacos plásticos e entulhos espalhados por um armário que estava caindo aos pedaços.

Infelizmente Catriel havia quabrado o pé dois dias antes de eu chegar, portanto não pôde me mostrar a cidade. Apesar disso, me deu alguns mapas de Barcelona e me explicou os pontos imperdíveis. Combinamos pela Internet que eu ficaria por três noites, mas acabei ficando uma a mais – claro que perguntei a ele e a basca se poderia, e lembro que ela disse: “Sí, sí guapa, claro que sí.”

Eu e Catriel, que insistiu em posar com a cortina do apê

Em Barcelona encontrei pessoalmente com Pierre, CS da parte francesa do Canadá. Ele havia me enviado uma mensagem pedindo pouso no Porto. Informei a ele que estaria em Madrid e depois iria Barcelona, por isso não poderia hospedá-lo. As datas de nossa viagem coincidiram, e decidimos nos encontrar em Barcelona. Comemoramos seu aniversário juntos, jantando paella em algum dos restaurantezinhos perto da Rambla.

Aliás, mantenho contato com o Pierre até hoje. Atualmente ele está vivendo em Paris, num pequeno apartamento perto do Moulin Rouge, segundo me informou.

Com Pierre em Barceloneta

Foi uma colega de Faculdade que me indicou um couch na Áustria. Apesar de dizerem que Viena é um dos lugares mais fáceis para descolar um, tive dificuldades. Steffanie me passou o link do perfil da Kathalena, amiga de sua irmã.

Algumas trocas de mensagem depois, Kath me passou as indicações de como chegar a sua casa tim-tim por tim-tim. Combinamos que eu estaria lá por volta das 17h, o que não aconteceu. Acabei demorando mais do que o esperado em Blatislava (minha cidade preferida na Europa!) e peguei o ônibus mais tarde. Nesse dia, eu não estava sozinha, mas sim com meu amigo polaco Karol, que conheci em Erasmus.

Enviei uma mensagem a ela avisando que chegaria atrasada, por volta das 20h. E foi mais ou menos isso que aconteceu. Lembro que saímos do ônibus e pegamos o metro em direção a casa dela. Saímos na estação correta, seguimos as indicações que ela havia passado (caminhar duas quadras e virar a esquerda). Mal estávamos na esquina, e a vi sentada na janela de casa nos esperando. A primeira coisa que ela disse foi: “You are late and I don’t like people who are late.” Subimos. Ela nos recebeu na porta, pediu que tirássemos os sapatos, me deu a chave do apartamento, explicou como eu alimentava o gato, como ligava o chuveiro e disse para eu não comprar comida, pois ela tinha o suficiente em casa. Já estava quase fechando a porta de casa, quando retornou: “Vou dormir na casa do meu namorado, fiquem à vontade.” Eu e Karol tivemos nosso próprio apartamento em Viena por duas noites.

"Nossa" cozinha em Viena

Eu nunca tinha pensado em conhecer Wroclaw. Aliás, eu nem sabia que essa cidade existia antes da Asia aparecer na minha vida. Decidi que poderia visitá-la no caminho para Varsóvia, afinal o trem passaria por ali e custava nada ficar por uns dias. Enviei mensagem a ela para dormirmos no apartamento do seu namorado, pois ela vivia com o pai e eu estava viajando com o Karol.

O namorado da Asia nos passou um número de táxi para quando chegássemos na cidade – o trem passava por Wroclaw às 4 da matina, então não haveria ônibus. Acontece que há dezenas de táxis na Polônia que não são mesmo táxis, ou melhor, são clandestinos. O número que tínhamos era um desses, que, segundo o que nos informaram, seria mais barato.

Confesso que tive um pouco de receio, mas como o Karol é polonês não me pareceu tão mal assim. O táxi marcou conosco no posto de combustíveis ao lado da estação de trem. Ficamos meio de “tocaia”, pois o plano era esperar o motorista estacionar, “dar uma conferida” se parecia boa gente e só então embarcar. Como eu estou viva hoje para contar a história, presume-se que nada me aconteceu naquela madrugada. Enfim, o “esquema” é mesmo tranquilo, e nos custou cerca de 6 euros por quase 15 minutos de corrida. Bagatela. O “taxista” nos contou que o carro tinha placa francesa, pois é possível comprar usados muito baratos por lá, o que vale a pena para o pessoal do leste europeu.

Eu, Asia, namorado da Asia e filho do namorado da Asia de lancha nos canais de Wroclaw, a cidade das ilhas

Na virada de 2009-2010, participei do CouchSurfing Winter Camp em Budapeste. Foi o melhor Ano Novo da minha vida (até hoje!). Tivemos algumas atividades com o grupo, e duas festas bem legais. Numa dela, cada pessoa trazia uma bebida de seu país – eu tive que levar os ingredientes da sangria portuguesa, pois não havia cachaça disponíveis nos non-stops húngaros.

Desde agosto de 2011, o Couchsurfing deixou de ser uma organização sem fins lucrativos. Acho mais do que justo. As pessoas que organizam essa corrente devem sim receber por conta disso. As boas iniciativas do mundo também devem ser bem recompensadas.

Costumo recomendar o site para quem sai de intercâmbio, mas sempre alerto para estarem cientes da real função do projeto. Mais do que um lugar para dormir “de grátis”, o CS é uma troca de experiências. Para manter a ideia ativa, é importante que os indivíduos cadastrados zelem de verdade por essa iniciativa. Sou defensora ferrenha dessa ideologia, e recomendo àqueles que querem apenas economizar na viagem que procurem um hostel baratinho.

E para os que acham uma experiência perigosa, #ficadica do vídeo abaixo, que está na capa do site novo.

E falando em perigo…

Minha amiga Gabriella viajou com mais cinco amigos a Amsterdão. Eram 3 meninas e 3 meninos. Ficaram na casa de um couchsurfer que morava sozinho. Dormiram os seis na sala do apartamento do cara, que era “muito gente fina”, segundo ela me contou. Ele inclusive pagou pizza para eles na primeira noite.

No segundo dia, eles descobriram algo estranho na geladeira. Um pote, com um líquido que parecia sangue e algumas coisas boiando dentro. Mexeram um bocado, sacudiram e decidiram abrir. Era uma orelha humana. Em outro pote havia dedos humanos.

Os seis então fizeram uma pequena reunião e decidiram ir embora na mesma hora. No entanto, estava frio e escuro. Além disso, a casa ficava um bocado longe do centro, e eles não sabiam se haveria transporte até lá. Também não sabiam se os hostels teriam vagas. Então mudaram de ideia: dormiriam mais aquela noite por ali mesmo e saíram bem cedo no outro dia.

A porta da sala onde eles dormiram não tinha chave. Eles então empilharam as mochilas em frente a porta, para dificultar o acesso, caso o então assassino holandês decidisse cortar partes dos seus corpos durante a noite…

Mas é claro que isso não aconteceu! Apesar disso, Gabi e os outros devem ter passado por verdadeiros momento de tensão hehe

Mais tarde, quando o dono da casa chegou, alguém tomou coragem e acabou por perguntar o que tinha naqueles potes. O holandês contou que era maquiador – ou algo assim – e disse ter essas “partes humanas” (que eram de mentirinha) na geladeira para assustar as meninas com quem passava a noite. Pela manhã, pedia a elas para irem buscar água na geladeira. A mulher abre a porta e vê potes com dedos ou orelhas boiando. O que faz? Vai embora na mesma hora, sem dar explicações ou causar desconfiança… ninguém vai arriscar a sorte com um estripador.

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Ai se eu te pego na Europa

A reportagem de abertura do Fantástico deste domingo, 15 de Janeiro, foi o sucesso de Michel Teló na Europa. Ele foi a Península Ibérica para duas apresentações em Portugal e quatro na Espanha, além de inúmeras entrevistas e participações em programas de tv.

O Fantástico aproveitou para proporcionar o encontro de Teló com Cristiano Ronaldo, que, segundo o que dizem, foi responsável pelo sucesso de “Ai se eu te pego” do outro lado do Atlântico, depois de comemorar um gol do Real Madrid com a dancinha já famosa cá.

A primeira vez que eu ouvi falar de Michel Teló foi na Europa. Fui a festa de despedida de um amigo brasileiro que estava retornando ao Brasil. Ele me mostrou “Fugidinha”. Outro amigo, que é do Mato Grosso do Sul, disse que conhecia o Michel Teló. Parece que um amigo dele era primo do Teló ou algo assim, e eles se conheciam pessoalmente. Claro, na época, Michel Teló não devia nem sonhar que um dia faria sucesso na Europa, conheceria o Cristiano Ronaldo e que um monte de gente que não fala a língua dele cantaria sua música.

Aqui no Brasil há muitas pessoas criticando o sucesso de Michel Teló. Dizem que ouvir e gostar de “Ai se eu te pego” é falta de cultura, coisa de gente de baixo nível. Há, inclusive, cantores e pessoas da mídia falando mal dele. Eu acho isso um absurdo!

Aprendi na Faculdade, em uma aula de Psicologia, que uma pessoa pode ser vista de três formas distintas: 1) como a pessoa se vê; 2) como os outros veem a pessoa; 3) como a pessoa pensa que os outros a veem. E daí, fico a pensar: o Brasil não é uma pessoa, ok. Mas é uma Nação, formatada por diversas identidades, que correspondem também a uma identidade única, pois senão não teria estabelecido seus limites geográficos assim. Ou seja, dá para aplicar essa teoria ao país.

Como o Brasil se vê? O Brasil é o país da esperança para alguns, e das oportunidades para outros. É um país formatado por uma massa sem cultura, e uma elite que administra dinheiro e poder. Mas a elite também pode ser vista como burra, formada por filhinhos de papai que não se prestam a ler um livro. O Brasil é o país das cotas raciais para ingresso na Universidade, pois tivemos escravos até quase o início do século XX. O Brasil é o país do carnaval, das mulheres bonitas, dos bons jogadores de futebol que são exportados ainda moleques. Mas o Brasil também é o país da má alimentação, da subnutrição, do surto de câncer e dos astros do futebol que decidem ficar nos times de cá. Temos a Amazônia, as praias e outras belezas naturais. Mas também temos cidades lotadas, caras, sem infraestruturas básicas ou transporte público. Pode ser o país da fome, da miséria e da injustiça social, ao mesmo tempo que, para alguns, é o lugar certo para gastar um salário mínimo numa noite de balada.

Como os outros veem o Brasil? Há provavelmente os que ligam Brasil a diversão (carnaval, futebol, festa, verão, cerveja, mulher bonita), enquanto outros o remetem a pobreza (favelas, crianças famintas, seca no Nordeste, corrupção social, tráfico de drogas, guerra civil). Deve existir os que somam os dois fatores (um país de gente alegre, mas pobre; um país bonito, mas perigoso). Ainda posso citar gente que acha o Brasil caro, que nunca viveria aqui ou que sonha em passar o resto dos seus dias cá. Do mesmo jeito, há os que acham o Brasil ridiculamente barato e, talvez, o país das oportunidades no momento atual.

Fiquei matutando sobre esse assunto um bocado. Concluí que a maioria das pessoas deve ver o país de uma forma bem particular, afinal somos extremamente plurais aqui. Para escrever sobre como os outros nos veem, tentei lembrar de comentários que ouvi de estrangeiros sobre o país. Impossível não cair em alguns clichês.

Agora, talvez o mais difícil pareça imaginar como o Brasil pensa que os outros o veem. Na minha opinião, é a parte mais fácil. Como o Brasil pensa que os outros o veem? Praia, samba e futebol. E, agora, ainda há o temor de que associem nosso país ao “Ai se eu te pego” de Teló. Mas por que o medo? Se temos mesmo milhares de pessoas dançando, cantando e indo aos shows dele? Não é o gosto por uma música ou o hábito de assistir determinados programas de tv que define se a pessoa é culta ou não.

Detalhe que Michel Teló já gravou “Ai se eu te pego” em inglês. A ideia é “atacar” agora os país de língua não latina 😛

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Marimbar para o código moral dos credores

Admito. Eu tive que pesquisar o significado da palavra marimbar. Às vezes eu não sei ao certo se uma palavra é portuguesa ou brasileira – ou então eu uso essa desculpa esfarrapada para justificar meu pequeno lampejo de ignorância. Marimbar é sinônimo de calote, golpe. Na minha opinião, é isso o que os portugueses deveriam fazer.

Ok. Talvez eu não esteja pensando em todas as consequências. Calotear a União Europeia seria uma punhalada nas costas de Angela Merkel e companhia. Acabaria com os ideais defendidos por Winston Churchill quando pensou numa Europa unida para evitar a guerra. Talvez, marimbar a dívida levaria ao fim do euro ou seria o estopim da terceira Guerra Mundial.

Hoje me deparei com esse artigo de Bruno Faria Lopes, publicado em 23 de dezembro. O autor questiona o porquê dos portugueses honrarem a dívida de seu país. Sem entrar no mérito dos efeitos do não-pagamento, honrar a dívida parece ser mais uma questão moral do que econômica. Afinal, quem empresta dinheiro assume riscos. E esses riscos são minimizados através da cobrança de juros – até porque os credores acreditam que nem todos os devedores serão mau pagadores, penalizando os que não honram o compromisso do pagamento.

Mas voltando à questão do pagamento da dívida portuguesa, isso seria bom para quem mesmo? Ao povo, de certo, não. A crise se faz sentir justamente porque afeta o bolso do trabalhador, que está agora usando seu salário apenas para comprar comida e pagar renda. Pelo menos 99% dos portugueses devem estar agindo assim. Sem sonhos de viagens internacionais nas férias ou fartas compras de Natal. Todos cooperando para pagar uma dívida que ajudaram a criar involuntariamente. Afinal, de quem é culpa das más políticas de Estado? Daqueles que votam ou dos que são mais votados e assumem o poder? Aliás, em Portugal, a culpa pode ser também daqueles que se abstêm, pois o voto não se faz obrigatório.

Pagar ou não pagar é uma questão? Fico a pensar nas consequências dessa escolha, isso é, se as duas hipóteses existissem – pois parece que a dívida vai ser mesmo honrada (para o bem do povo e felicidade geral da União Europeia).

Clique na imagem para ampliar. Daí pode-se ler o artigo 🙂

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Aniversário, Natal e Ano Novo longe de casa

Eu sempre fico muito agitada nos dez últimos dias do ano. No 21 comemoro meu nascimento. Em 25, é a festa do nascimento de Jesus. Na noite do 31, nasce um novo ano. É um bocado de coisa para comemorar em apenas dez dias! Fico até mais-agitada-que-o-normal nesses dias…

Nos últimos dois anos (2009 e 2010), comemorei aniversário, Natal e Ano Novo longe de casa. No primeiro ano foi um pouco estranho. A gente nunca sabe muito bem o que fazer ou como comemorar. Mas acho que isso é trauma de primeira vez. Depois dá para encarar tranquilo a sensação de peixe-fora-do-aquário-longe-da-família-e-dos-amigos.

Sempre faz calor no meu aniversário. É o dia de maior insolação no Hemisfério Sul do planeta Terra, ou seja, temos pelo menos 14 horas de dia claro. É solstício de verão, marcando o início da estação mais quente do ano. Bom, pelo menos, era essa a imagem que eu sempre tive antes de viver na Europa.

Em 2009 fiz um diário fotográfico do meu aniversário por dois motivos. Primeiro pelo simples registro da comemoração diferenciada da data que eu mais gosto no ano. Segundo para postar aqui no blog como parte da minha experiência de vida em Portugal.

Em 2010, comemorei meu aniversário só porque meu amigo André insistiu. Eu tinha dois trabalhos (um no shopping e outro num hostel), mas as aulas na faculdade já tinha entrado em recesso de final de ano. Fui comer uma Francesinha com os amigos a noite, num restaurante na Boavista. Minha amiga Alice fez meu bolo (aliás, ela é a melhor fazedora-de-bolos-de-aniversário que eu conheço!). O jantar foi rapidinho, pois eu tinha que acordar cedo no dia seguinte, mas valeu a pena.

Eu tinha esquecido da câmera fotográfica quando saí de casa de manhã, então liguei para minha amiga Tati levar a dela. Tiramos algumas fotos, só para gravar o momento mesmo. Eu pedi a Tati que me enviasse as fotos diversas vezes, e nada! Até que ontem, dia 21 de dezembro de 2011, eu pedi novamente. Aliás, ontem foi meu aniversário (de novo!) então ela poderia fazer um esforço e me enviar as fotos como presente.

Filipe, eu, bolo da Alice e André. Obrigada pela foto, Tati 🙂

Meu primeiro Natal em Portugal pareceu mais com “uma festa na casa de alguém”. Cada um levava sua bebida (e, nesse caso, algo para comer). E pronto, foi isso. Conheci algumas pessoas, conversei com os amigos e comi um bocado. Em 2010, passei o Natal na casa dos meus sogros. Foi uma experiência diferente, especialmente pela comida. Ao invés de peru, tivemos algum fruto do mar (lulas, se não me engano). No entanto, achei melhor passar a noite com uma família, pois acho que esse é o verdadeiro sentido do Natal – mesmo isso parecendo um pouco piegas talvez… Enfim, ganhei presente e tudo do Pai Natal (leia-se “minha sogra” hehe).

Natal de 2009 com conhecidos e nem-tão-conhecidos-assim

O Natal de 2009 foi espetacular. Conheci meu namorado em outubro (na época, obviamente, ele não era meu namorado, mas sim um desconhecido). Enfim, o tal desconhecido logo me convidou para ir viajar no Ano Novo para Budapeste. Eu fiz cara de “você-é-doido-acabou-de-me-conhecer”, mas acabei aceitando (vai ver porque eu sou doida também).

Em Budapeste faz MUITO frio no final do ano. FRIO FRIO e FRIO. Foi lá que eu vi neve pela primeira vez – foi pouquinho, mas eu me recordarei pra sempre! Apesar da sensação de freezer, as pessoas saem a rua para assistir shows em palcos montados em praças. Há centenas de barraquinhas vendendo perucas e outros acessórios coloridos. Algumas outras barraquinhas vendem vários tipos de comidas e bebidas. As lojinhas non-stop ficam non-stop de gente entrando e saindo. Foi bem legal 🙂

Em Budapeste no último dia de 2009

Em 2010, passei o Ano Novo no Porto. Um pessoal do couchsurfing estava a enviar convites para uma festa no quarto andar de um prédio semi-abandonado no centro do Porto, na avenida dos Aliados. Lá de cima dava pra ver toda a multidão aguardando pelos fogos, que saem por detrás e do topo da Câmara do Porto. Foi legal também.

Acho que Ano Novo na Europa é tudo de bom. Talvez o Natal não seja tão bom assim porque se está longe da família… Comemorar o aniversário longe de casa também é algo do qual não sou muito fã. Gosto de reunir meus amigos todos e não só parte deles. O que posso dizer dessas experiências? É que na segunda vez é muito melhor 🙂

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As tomadas europeias

Uma das coisas que sempre me preocupou foram as tomadas estrangeiras. Como vou usar chapinha, secador de cabelo, carregar o celular ou a bateria do computador sem o adaptador adequado?

Não é sempre que a gente acha esse tipo de informação pesquisando no Google (na verdade, até acha, mas nem sempre a fonte é 100% confiável e fica sempre uma pulguinha atrás da orelha…).

Que a eletricidade é fundamental todo mundo sabe, o problema é quando não temos a informação necessária para poder utilizá-la em outro país (e daí corre todo mundo atrás de adaptador em uma lojinha de 1,99, camelô, chinês, árabe e etc hehe).

Eu já tinha feito um post sobre as tomadas portuguesas aqui no blog, mas hoje topei com essa imagem e achei bacana compartilhar.

A típica tomada portuguesa é a terceira (da esquerda pra direita) na segunda linha

Importante lembrar ainda que a voltagem padrão na Europa é 220. Cuidado para não queimar secadores 110!

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A crise europeia: Grécia x Portugal

Vi isso circulando na Internet hoje, copiei e colei cá.

Grécia x Portugal

Sabe que eu penso justamente nisso o tempo todo?

Apesar de eu ter conhecido alguns gregos em minhas andanças por aí, nunca fui a Grécia e tampouco estudei qualquer coisa sobre a construção social-econômica-política do país. Não posso afirmar com certeza se eles são mais baderneiros ou têm um maior espírito de revolta do que outros povos afundados na crise econômica atual, mas talvez esses sejam os motivos que levam os gregos a sair às ruas “partir aquela merda toda” ao invés de se conformar com o fundo do poço.

Outra hipótese, é que os gregos sejam bem mais egoístas que os portugueses, por exemplo. Ao invés de abrirem mão do dinheiro próprio em nome do público, preferem “partir aquela merda toda” e lutar pelos seus direitos individuais. Se bem que também pode se tratar de uma atitude condizente com povo sofrido e que se fartou de passar necessidades, ou seja, vai “partir aquela merda toda” porque já não há outra hipótese.

Enfim, fato é que os portugueses parecem não se mexer muito sobre a crise. Reclamam. Reclamam mais um pouco. Falam que a crise dificulta isso ou aquilo, que era melhor no tempo do Escudo, que a vida está difícil e não há vagas de trabalho. E por que não partem aquela merda toda como os gregos?

Eu sou super a favor dos panelaços argentinos. Em comparação com o conformismo brasileiro, nossos-coleguinhas-hablantes-de-español cá na América Latina nos dão um banho. É só o governo Kirchner aprovar qualquer lei que foda com a vida deles, que o povo sai às ruas para bater panelas (e partir qualquer coisa também!). Os manifestos em frente a Casa Rosada já são praxe, e a maioria dos turistas que vai a Buenos Aires acaba fotografando junto com a multidão que grita pelo que acredita ser o justo.

O problema deve ser genético. Tudo bem que Portugal conta com algumas raízes romanas em sua construção, mas acho que não herdaram o espírito guerreiro. Depois, Cabral chegou ao Brasil, e acabamos herdando cá esse conformismo.

Podem até citar a Revolução dos Cravos portuguesa ou os Caras-Pintadas brasileiro para justificar alguma luta do povo por direitos. Aliás, aqui no Brasil vira-e-mexe acontece algum protesto em frente a alguma instituição pública, mas nada de muita repercussão.

Deveríamos (portugueses e brasileiros) tirar algumas lições com os gregos. A principal delas seria como reagir ao que nos é imposto. Talvez a solução da crise provavelmente não resida em “partir aquela merda toda”, mas quem não faz barulho não é ouvido e fica no fundo do poço até morrer de inanição.

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#ficadica: Custo Justo

Ontem a noite vi um anúncio do Bom Negócio na TV. Já estava na hora do Brasil ter algo no estilo da Craigslist. Trata-se de um site de classificados, onde pode-se postar gratuitamente anúncios de venda ou aluguel. Nesse tipo de serviço acha-se de tudo: Apartamentos para alugar, roupas para vender, anúncio de empregos, venda de filhotes de cães e etc.

Esse tipo de site é popular especialmente na Europa. Se você é estudante, trabalhador temporário ou pretende ficar por tempo limitado em determinado lugar, classificados online são a melhor forma de conseguir casa, móveis e até mesmo um carro de forma rápida e barata.

Em Portugal, sou fã do Custo Justo. Certa vez, fotografei um colchão usado que tinha em casa e queria me desfazer. Pedi 20 euros nele. 20 minutos depois de inserir o anúncio, meu telefone tocou. Era um homem querendo comprar. Buscou na minha casa no outro dia. Pegou o colchão, me deu o dinheiro. Simples assim.

Indico ainda para aqueles que estão a procura de apartamentos ou quarto para arrendar (especialmente os estudantes intercambistas ou turistas de temporada). É a melhor saída, tanto em Portugal quanto no Brasil. A dica é olhar todos os dias, pois logo que colocam um anúncio novo já chovem ligações para o anunciante… assim, tem que correr para garantir um bom negócio! Meu amigo, o André, já comprou um carro via Custo Justo. Pagou cerca de 400 euros, se não me engano. Outros amigos, Moisés e Felipe, arranjaram um beliche pelo site e, após seis meses, revenderam. Pagaram cerca de 80 euros e conseguiram ganhar mais depois.

custojust.pt: Os classificados online mais famosos de Portugal

O Custo Justo e o Bom Negócio são sites de classificados da mesma empresa. Além dos dois países, está presente em outros 23, na Europa e América Latina.

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Mochilão europeu

Itens essenciais na lista de um mochileiro: Mochila (dã!) e saco de dormir. Se você viaja de low cost é bom saber que as companhias aéreas desse tipo cobram pelas bagagens despachadas. A solução: Viajar apenas com bagagem de mão.

Geralmente, aceitam-se bagagens de mão com até 10kg (a Ryanair, por exemplo). Há um limite também para as medidas, pois deve entrar no compartimento de bagagens de mão – aquele acima dos assentos. Importante destacar também que é UMA bagagem por pessoa apenas. Ou seja, bolsa de mulher, sacolinha de plástico, capa de laptop e qualquer outra coisa do gênero conta como item. É a mochila e ponto final.

Quando eu viajei 40-e-tantos dias pela Europa do leste em 2009, comprei meu “kit viagem low cost” na Sport Zone. Aliás, prefiro a SZ a Decathlon. Paguei €39,90 pela mochila e (vejam só!) ela continua custando a mesma coisa: País sem inflação meio que causa espanto/admiração em brasuca, né?

Enfim, a mochila é essa da foto, da marca Berg. Super útil e bonita!

Minha companheira de aventuras!

Não é como a maioria dos mochilões que parece um saco, ou seja, você praticamente soca as suas roupas lá dentro e depois fica tua amassado ou com cara de sujo. Essa mochila tem zíper que deixa você abrir ela totalmente, parecendo uma malinha de colocar nas costas. O melhor? Ela não é rígida: Se der rolo de não entrar no treco que mede as malas da Ryanair, você senta nela e faz caber!

Quanto aos sacos de dormir (ou “saco cama”, como diz em Portugal), eu paguei 7 euros no meu. Mas ele era meio grande, eu pendurava na mochila mesmo e passava na boa no aeroporto. Foi muito útil para as noites que dormi no chão de estações de trem e aeroportos. Se você paga pouco pelo saco de dormir, não tem pena de sujar, rasgar, emprestar, perder ou se desfazer. Há quem prefira comprar daqueles sacos de dormir bem pequenos, que cabem dentro do mochilão. Eu acho que não vale a pena pagar mais do que 10 euros nisso.

Se achar necessário também, é sempre útil comprar uma daquelas toalhas de banho que absorvem a água. Além de quase não ocuparem espaço, você não precisa se preocupar com toalha molhada umedecendo suas roupas (ou ter que arranjar saco plástico para colocar ela dentro). Vale o investimento!

Ah, e uma última dica: Não entupa a sua mala de coisas, roupas e acessórios. Deixe para comprar no lugar que você está indo. Leve somente o essencial. Não se preocupe também em levar shampoo, condicionador e não sei mais o que naqueles frasquinhos de 100ml: Isso compra-se quando chegar no destino (e divide-se entre os companheiros de viagem!).

Como diz uma amiga minha, a Nina: “Em qualquer cidadezinha da Europa tem supermercado e aceitam cartão de crédito!”. Ou seja, sempre melhor levar 7kg de bagagem do que 10kg, pois nunca se sabe a promoção bombástica que se vai encontrar por aí hehe

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